Não são raras reclamações da indústria do cinema com relação a pirataria. O argumento econômico faz sentido: um estúdio investe milhões de dólares para produzir e distribuir um filme, mas pode ter boa parte do retorno roubado pelos “piratas”. E este processo teria se intensificado nos últimos anos, já que se tornou possível baixar arquivos de filmes de boa qualidade da internet em questão de horas. Isso fora as vendas de DVDs ilegais, cada vez mais baratos e com melhor qualidade.
O monopólio sobre um filme dá ao estúdio um lucro extraordinário. Isso por um lado é ruim para o consumidor, que acaba pagando um preço relativamente caro pela entrada de cinema ou pelo DVD original. Por outro lado, a posição de monopolista do estúdio lhe provê incentivos para produzir mais filmes ao longo do tempo, elevando a variedade de produtos e beneficiando o consumidor. A presença de produtos piratas, nesse sentido, diminui este benefício, ao reduzir o retorno da atividade cinematográfica e os incentivos a gerar novos filmes.
Já havia escrito um post sobre a bilheteria de “Avatar”, mas só na semana passada tive a oportunidade de assistir ao filme. Confesso que me diverti bastante, porém o que mais me impressionou foram os efeitos especiais em 3D. E, na minha opinião, esta característica pode dar um novo fôlego ao cinema em sua luta contra a pirataria, uma vez que as cópias ilegais dificilmente conseguirão, pelo menos nos próximos anos, reproduzir tais efeitos. Talvez isso explique em boa parte o estrondoso sucesso de “Avatar” ao redor do mundo.
O interessante é que isso foi resultado não de punições e proibições a trocas de arquivos pela internet, mas a avanços tecnológicos na atividade cinematográfica. O cinema definitivamente dá um passo à frente da pirataria. Pelo menos por enquanto, até os piratas descobrirem uma forma de reproduzir os efeitos em 3D.
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